Trégua das águas
Certa vez,
quando as chuvas deram de falhar, e a Jângal ficava cada dia mais seca, a caça
rareava a cada dia que passava, e os animais estavam morrendo mais a cada dia.
O único que engodava era Chill, o urubu que
comia carniça, e como tinha carniça!
O Waingunga um
grande rio que cotava a jângal era a única reserva de água ficava cada dia mais
raso.
Foi quando
Hathi, o elefante selvagem, viu no centro do rio surgir uma rocha
brilhante, ele reconheceu que era a
Rocha da Paz.
Ele sabia que quando
a rocha da paz surgia no centro do Waingunga era chegada a hora de decretar a
trégua das águas; ergueu então sua tromba e como seu pai já havia feito a
muitos anos arás decretou a trégua das
águas no jângal.
Segundo a Lei
do Jângal, quando a trégua das águas é proclamada fica proibido caçar nas horas
de matar a sede, pois os animais vinham magros de fome ao bebedouro. E mais
importante que comer é beber.
Todos os
animais do jângal, nessa época de seca se reuniam as margens do Waingunga para falar da seca e das coisas que
aconteciam.
Estavam lá
Mowgli, Baguera, Baloo, Hathi e outros tanto animais quando, Shere-Khan o tigre
manco chegou no bebedouro para molhar sua grande cara listrada e todos repararam que a água ficou toda
manchada de vermelho .
O Tigre comentou
que tinha matado, não fazia uma hora, um homem.
Hathi perguntou
a Shere-Khan se ele havia matado o homem por gosto ou para matar a fome
Shere Khan respondeu sem cerimônia alguma:
- Era meu direito e estava em minha noite de
caça.
- Sim eu sei,
disse Hathi. Se já acabou, então pode ir embora.
Livro da Selva - Rudyard Kipling
Um comentário:
Como sempre atenciosa, parabéns pelo seu trabalho...
Postar um comentário